Por J. Martins
«O combate cultural e o combate político são dois ramos da mesma árvore. O combate cultural desligado da política torna-se num discurso sem aplicação e o combate político privado do projecto cultural e de fundamento ideológico, não passará de mero eleitoralismo.»
- Guillaume Faye
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Guillaume Faye, personagem cimeiro no universo nacionalista europeu, é hoje uma referência incontornável no crescente movimento identitário na Europa e mesmo fora desta.
Nascido em 1949, no seio de uma família de tendência bonapartista, muito cedo o jovem Faye despertou para o mundo das ideias e do combate político. Licenciado em Ciências Políticas, e posteriormente em História/Geografia, ingressa em 1973 no GRECE (Groupement de Recherche et d’Etudes pour la Civilisation Européenne), onde colabora nas revistas Eléments e Nouvelle Ecole, destacando-se de imediato pela sua destreza intelectual, pela sua originalidade estilística, o que lhe granjeou o epíteto de menino prodígio da “Nova Direita”, como era conhecido, e continua a ser, o movimento cultural nacionalista europeísta e pagão em França.
Orador eficaz e escritor brilhante, Faye multiplica as suas actividades. Participa em inúmeros colóquios, conferências e debates calorosos, onde vinca o seu estilo irreverente para com uma sociedade narcotizada pelo soft-totalitarismo democrático, encontrando, todavia, tempo para redigir um amplo conjunto de obras teóricas, das quais se destacam «Le systéme à tuer les peuples», «L’occident comme déclin», «Les nouveaux enjeux idéologiques», «Sexe et idéologie». Paralelamente às actividades político-culturais, ele conduz uma carreira jornalística no Figaro-Magazine, Paris-Match, VSD, etc., demonstrando ser um reservatório inesgotável de dinamismo e energia criativa.
Nos início dos anos 80, juntamente com Pierre Vial, de quem se tornara amigo, organizam a cerimónia do Sermão de Delfos, tornando-se perceptível a inclinação de Guillaume Faye para a tendência radical e pagã no interior do GRECE. Por essa altura Faye co-redige, na companhia de Robert Steuckers, um dicionário ideológico intitulado «Petit Lexique du Partisan Européen», livro que se tornou numa referência e que conhecerá múltiplas reedições em diverso idiomas nos anos subsequentes.
Em 1986, após ter entrado em desacordo em torno de questões estratégicas com Alain de Benoist, principal figura do GRECE, desiludido, Faye decide abandonar a organização. Funda o jornal satírico «J’ai tout compris», no qual se empenha entre 1986 e 1989. Posteriormente, lança-se na publicidade e torna-se no principal animador da estação de rádio Skyrock, onde fica conhecido como Skyman. De 1991 a 1993 realiza a rubrica de apanhados para uma emissão da France 2, aliada à actividade de escritor na imprensa escrita.
De regresso à política em 1998, edita nas Edições L’Ancre, do seu amigo Gilles Soulas, a obra magistral, «L’Archéofuturisme», onde estipula as bases ideológicas daquilo que deverá ser o nacionalismo do século XXI, isto é, aliar o retorno às nossas raízes arcaicas, despidas de qualquer conservadorismo bacoco, com o futurismo, assente naquilo que a ciência e a técnica têm de melhor, ultrapassando desse modo o modernismo, que de todo significa actual. Esta obra marca uma viragem no pensamento e na «mouvance» nacionalista, pois além da denúncia crua do estado presente da nossa sociedade, assinala igualmente os erros estratégicos da corrente cultural, acima mencionada, “Nova Direita”, à qual Faye pertencera, redefinindo conceitos, introduzindo novos vocábulos e ideias (Ideias-choque), apontando balizas e concedendo, dessa forma, ao movimento Identitário uma esplêndida “ferramenta” para o maior combate que iremos enfrentar, nós europeus; a sobrevivência do nosso povo, enquanto entidade etno-cultural e civilizacional.
Em seguida, mais precisamente no ano 2000, surge outra obra emblemática de Guillaume Faye, nomeadamente, «La Colonisation de L’Europe». Escrito ao estilo de requisitório, e citando o seu editor, «Faye demonstra que, mais do que “imigração”, é preciso falar de colonização populacional maciça por parte de africanos, magrebinos e asiáticos». Desprovido de rodeios, este livro aborda o caos étnico que aflige o nosso continente, flagelo que poderá conduzir num futuro não muito longínquo à obliteração da nossa civilização, já que este é, utilizando novamente as palavras de Soulas, «um acontecimento mais grave que todas as grandes pestes e guerras que a Europa já conheceu». Ao longo de toda a obra, Faye evidencia de forma concludente que a integração ou assimilação é uma falácia propalada pelo sistema. Para ele somente há uma solução possível: a Reconquista. È importante referir que a edição desta obra valeu a Guillaume Faye a presença num tribunal francês, no qual foi condenado a uma pesada multa de 50 mil francos, acusado de incitamento à discriminação e ódio racial…
Electrão livre, Guillaume Faye desdobra-se em actividades, colaborando com todas as organizações políticas e distintas tendências ideológicas nacionalistas em França e por toda a Europa. Realiza conferências em Espanha, na Bélgica, na Rússia, com católicos radicais, com monárquicos, com pagãos, com os identitários. Cada conferência termina invariavelmente com uma efusiva saudação por parte da assistência, siderada pelo magnetismo deste Titã europeu.
Trabalhador intelectual incansável, Guillaume Faye vive mergulhado numa fervilhante actividade literária. Em 2001 publica «Pourquoi nous combattons», manual político-ideológico, em forma de dicionário, para os resistentes europeus. «Avant-Guerrre», que vem à luz no ano seguinte, e é uma terrífica análise do futuro do nosso continente ancestral, onde uma vez mais Faye lança as sementes para a formação de uma plataforma de resistência efectiva, e por todos os meios, ao sistema promotor e colaboracionista da iminvasão. Em 2004 surge «Le coup d’état mondial», obra em que Faye, fiel à sua reputação sulfurosa, despreocupado com os tabus, afirma que os Estados Unidos da América não são o inimigo principal, mas um adversário. Mais, Faye preconiza a aliança de todos os povos, de origem europeia, ultrapassando e substituindo o conceito de Eurosibéria pelo de Septentrião, isto é, uma aliança assente numa perspectiva etnopolítica e não somente geopolítica. «Chirac et les fachos», é uma banda desenhada satírica, que conta com os formidáveis cartoons de Chard e com o texto do próprio Faye. É também de referir o livro «La convergence des catastrophes», que Faye assina sob o pseudónimo de Guillaume Corvus, e cujo título por si só explica o seu conteúdo. Caminhamos a passos largos para a grande catástrofe mundial.
Admirado por muitos, detestado por uns quantos, ninguém fica indiferente a Guillaume Faye. Ele não utiliza paliativos para dizer o que pensa. Diz em voz alta o que outros não se atrevem sequer a pensar. Faye não tem qualquer pejo em apontar o que está errado no meio nacionalista, doa a quem doer. Por isso é difamado, denegrido por alguns que se sentem incomodados com as suas palavras, por verem postas em causa premissas axiomáticas. Porém o destino da Europa é mais importante que estratégias disfarçadas (a chamada luta dos povos, por exemplo), ou esquemas ideológicos desfasados da realidade (a “nova direita”, apenas para citar um caso). Necessitamos de um “pensamento radical”, concentrar-nos no combate pelo essencial. Como escreveu Pedro Pons na versão castelhana de «L’Archeofuturisme», Faye oferece à nossa família de pensamento, e sobretudo à juventude, as armas intelectuais da rebelião, da libertação e do renascimento.
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